O tumulto iniciado por um grupo de mototaxistas teve adesão de moradores e funcionários públicos demitidos pela prefeitura
Prefeito Igson Monteiro afirmou que depredações tiveram motivação política (Foto: Diego Toledano/ G1 AM)
O prefeito de Coari, Igson Monteiro, afirmou, na manhã desta quinta-feira (15), acreditar que o ato contra o patrimônio público da cidade foi gerado por "motivação política". Nesta quarta, cerca de 400 pessoas depredaram pelo menos cinco casas de políticos da cidade, além da sede da Câmara Municipal. Duas residências, de propriedade do prefeito de foram incendiadas. Seis pessoas foram detidas. A Polícia Civil investiga o caso.
"Foi vandalismo, não manifestação. A cidade de Coari amanheceu em uma situação triste com a qual a população do município não concorda", afirmou. Igson Monteiro assumiu a gestão municipal depois que o ex-prefeito Adail Pinheiro foi preso acusado de chefiar uma rede de exploração sexual na cidade.
De acordo com a polícia, a manifestação teve início entre mototaxistas de associações da cidade. Eles queriam elevar o preço da corrida. No entanto, servidores municipais alegavam atrasos nos pagamentos de salários.
Sobre pagamentos, o prefeito afirmou que houve atraso de dez dias, mas que 80% dos salários foram repassados, além de 50% do 13º dos funcionários públicos. "Não foi uma manifestação. Se tivesse sido um movimento por reivindicações trabalhistas, teria acontecido uma paralisação, coisa que não tivemos", explicou.
Grupo se concentrou nas ruas para cobrar pagamento atrasdo (Foto: Arquivo Pessoal)
O prefeito afirmou ainda que pessoas que não prestam serviços para a prefeitura chegaram a vestir fardas para se disfarçarem como servidores municipais. "Ex-secretários da gestão anterior aparecem nas imagens coletadas pela polícia. São pessoas que demiti porque não aceito exploração de menores de idade, e não aceitam isso", contou.
Casa foi destruída por fogo (Foto: Arquivo Pessoal)
Investigações:
Segundo o delegado de Coari, Luiz Fernandes, a Polícia Civil deu início, nesta quinta-feira (15), às investigações para identificar os responsáveis pelo crime. O delegado contou aoG1, que solicitou imagens de câmeras de segurança de postos de gasolina nas proximidades do local dos protestos. "Já temos algumas fotos e vídeos das pessoas que testemunharam as depredações e isso nos ajudará", disse.
Parte dos manifestantes depredou a sede da Câmara Municipal e ateou fogo em duas casas pertencentes ao prefeito interino da cidade. Sobre os crimes, o delegado afirmou que diferentes penalidades serão aplicadas para cada um dos culpados. "Vamos individualizar os crimes de forma que os responsáveis por estas ações sejam indiciados especificamente com sua ação litigiosa", explicou ele.
G1.com
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