29 maio 2012

11 anos da tragédia da Esc. Mul. Aparecida de Carvalho Ferreira


Jornal Diário de Natal

No último dia 11 de maio fez onze anos da tragédia do desabamento do galpão da Escola Municipal Maria Aparecida de Carvalho Ferreira, ocorrido no início da tarde daquele fatídico dia. Era mais ou menos 13 horas do dia 11 de maio de 2001, quando várias mães aguardavam atendimento para serem cadastradas no Programa Bolsa Família. Tudo ocorreu muito rápido, sem que houvesse tempo de todas as pessoas saírem.


A PEQUENA LEIDIANE
Batizado de Leidiane

Uma saudade...

“Eu escutei um estalo e quando vi, o telhado do galpão desabou todo de uma só vez sobre nossas cabeças”, relatou Andréa Monteiro, mãe da pequena Leidiane que tinha três anos e cinco meses (vítima fatal), ainda foi socorrida para o HWG, mas faleceu às 16h30min, teve morte cerebral declarada. 
Leidiane no HWG

Maiara Patrícia Costa Silva (9 anos), sobrinha de Marta e Francisco de Assis da Silva (7 anos) também foram vítimas, Silvanira da Silva, mãe de Francisco, conta disse: “Eu mandei ele ir para a sala de aula, mas ela não obedeceu e ficou jogando bola com um amigo no pátio. Pouco tempo depois o teto desabou e ele foi atingido”.

Francisco de Assis

Os dois tinha cortes na cabeças e receberam 12 pontos nesses ferimentos, cada um. Maria do Socorro Oliveira (31 anos), mãe de Bruno Oliveira tentou puxá-lo, mas caiu e não conseguiu evitar que uma viga de madeira caísse sobre sua cabeça. O desabamento deixou três vítimas fatais e cerca de 20 feridos.

Construtora Responsável pela construção do galpão foi a Agreste Construtora Ltda

Havia cinco anos da construção do galpão, o prefeito da época era o Dr. Carlos Marques. Na época teriam sido constatadas irregularidades na fundação e na composição das peças. A empresa com sede em Brejinho, era de propriedade de José Humberto de Medeiros, na época o delegado era Stênio Pimentel que na época solicitou uma perícia por um perito do ITEP. 
Escombros do desabamento!

Estamos em 2012 e esta mesa é o mesmo da fotografia acima. Sugiro que seja retirado da escola. Ressaltando que está na sala onde eu leciono. Todos os dias lembro das vítimas e da tragédia.

O inquérito policial concluído em novembro de 2001, resolveu pelo indiciamento do engenheiro José Nilvan Dantas. O caso foi encaminhado ao Ministério Público de São José. No processo criminal, o promotor da época Dr. Maranto Filgueira Rodrigues, acrescentou dois nomes, oferecendo denúncia contra os engenheiros: José Humberto de Medeiros, Paulo Eduardo Cortez e José Nilvan Dantas.

Tantos anos depois e as famílias ainda não receberam as indenizações. A justiça brasileiraanda a passos de tartaruga.

Dor que será sempre lembrada na memória dos sobreviventes e das famílias das vítimas.

MÃE MORRE, MAS SALVA A VIDA DO FILHO JULIANDSON

Juliandson, filho de Marta, de apenas 5 meses, sobreviveu, graças ao fato de sua mãe haver jogado ele no chão longe dos escombros. Sofreu uma pancada na cabeça e teve um pequeno corte na língua devido ao impacto da queda. Após cair ele sofreu uma convulsão.
Marlene (irmã de Marta com o pequeno sobrevivente)

Marlene irmã de Marta estava também na escola, quando ocorreu o desabamento. Ela disse que sua irmã e o pequeno poderiam ter escapado da tragédia. “Como ela estava com o bebê no colo, pedi a muitas pessoas que a deixassem avançar na fila para ela ir para casa, mas ninguém cedeu o lugar. Se alguém tivesse atendido o meu pedido ela estaria bem”, comentou Marlene.

Ela estava amamentando o bebê no exato momento do desabamento. Segundo testemunhas, ela foi retirada com vida, mas morreu logo em seguida.Uma das filhas de Marlene, a pequena Maiara também foi atingida. Outra criança identificada pelo nome de Juliana Ferreira da Silva (8) também foi atingida.

Uma família dilacerada pela dor

Marta, além de Juliandson, deixou outros seis filhos, entre elas uma que estava grávida. Na época a família sobrevivia com o dinheiro de pequenos serviços prestados pelo marido de Marta, o Sr. José Moura Neto, que era carroceiro e ficou com a responsabilidade de criar sete filhos sozinho.

Dona Maria Eunice Freire da Costa estava com sua filha Hortência no momento da tragédia. Ela o e o seu esposo o comerciante José Roberto de Oliveira ficarão extremamente abalados com a morte da pequena Hortência.

Comoção no velório

Comoção e dor marcou o velório das vítimas, Marta Lúcia (36), Leidiane do Nascimento Medeiros (3) e Hortência Freire de Oliveira (7), foram sepultadas às 15 horas no cemitério local.

Triste lembrança permanecerá na memória do povo de Mipibu.

Franmoura

Um comentário:

  1. que deus possa conforta o coração dessas famílias
    pois a triste lembrança permanecera com a grande dor da saudade.

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