A onda de violência com mortos e feridos a tiros marcou mais uma noite na Região Metropolitana e no litoral de São Paulo. Foram pelo menos 14 pessoas assassinadas e oito feridas num intervalo de menos de oito horas, entre as 18h30 de quarta-feira e 2h desta quinta-feira.
Nas duas últimas noites, a violência deixou 21 mortos e 21 feridos. O total da semana (últimas sete noites) é de 54 mortos e 42 feridos, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo. Os casos foram registrados nas delegacias da região, porém a maioria será investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Futura Press
Chacina deixou três mortos e três feridos, na rua Albino Corrêa de Campos, na zona sul da capital
Três das vítimas da noite desta quarta-feira foram executadas em uma chacina no Jardim São Luiz, na zona sul da capital, elevando para 18 o número de crimes do tipo neste ano, com um total de 60 mortes. Foram sete crimes em São Paulo e 11 nas demais cidades. Quatro suspeitos morreram e um ficou ferido em confrontos com a Polícia Militar. Uma motorista de ônibus foi assassinada durante o trabalho em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Na zona leste da capital, o dono de uma padaria matou um cliente e feriu outro durante uma discussão.
Seis pessoas foram baleadas por volta das 23h30 dentro de um bar na Rua Albino Correia de Campos, na região do Jardim São Luís, zona sul da cidade. No local ocorria um show sertanejo.
Os tiros foram disparados pelo garupa de uma moto. Armado, o desconhecido desceu do veículo, entrou no bar e abriu fogo. A dupla continua foragida.
Dos seis baleados, três morreram: a produtora fonográfica Luciene Luzia Neves, de 24 anos, o autônomo Alexandre Figueiredo, 38, e o mecânico Marcos Faustino Quaresma, 31. Todos os feridos foram levados para o pronto-socorro do M' Boi Mirim. Kátia Gonçalves Pereira Nunes, 32, Márcio Silva Nunes, 34, e Emerson Vieira da Silva, de idade não informada, permanecem internados.
Em menos de uma semana, nos últimos seis dias, foram registradas quatro chacinas, com 14 mortos e oito feridos. Além do Jardim São Luiz, os crimes ocorreram em Cidade Ademar, também na zona sul da capital, e nas cidades de Taboão da Serra e Itaquaquecetuba.
Também no final da noite, a motorista de ônibus Odete Lino dos Santos, de 36 anos, foi assassinada durante o serviço na cidade de Franco da Rocha, região norte da Grande São Paulo. O crime ocorreu dentro de um dos coletivos da Viação Moratense. O ônibus saiu de Francisco Morato, cidade vizinha, e havia acabado de chegar no ponto final, na altura do número 1.200 da Avenida São Paulo, no Parque Paulista.
Segundo testemunhas, um rapaz aguardou que o ônibus encostasse e disparou vários tiros contra Odete. Atingida por três tiros, ela morreu no pronto-socorro municipal de Franco da Rocha. Um dos disparos atingiu de raspão o braço esquerdo do cobrador, que foi atendido no mesmo hospital. O assassino fugiu.
Parentes relataram à polícia que Odete havia discutido dias antes com o ex-marido. Localizado, ele prestou depoimento, negou a autoria do crime, e, como não foi localizada nenhuma testemunha que o reconhecesse, acabou liberado.
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