27 abril 2014

Polícia do RJ admite ter mudado corpo de DG de posição na perícia



A Polícia Civil do Rio confirmou nesta sexta-feira (25) que o corpo do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto na noite de segunda-feira (21) no Morro Pavão-Pavãozinho, foi encontrado agachado como mostrou matéria

publicada pelo jornal Extra nesta sexta. Na imagem, ele tem uma marca nas costas visível, semelhante a tiro, o que levou um perito ouvido pelo RJTV a considerar que houve erro da perícia preliminar ao dizer uma "queda" como provável causa da morte.

Para o delegado Gilberto Ribeiro, titular da 13ªDP (Copacabana), não houve erro. Segundo ele, após constatar a posição em que o corpo foi encontrado, é preciso fazer um exame superficial do cadáver, por isso houve necessidade de mudar a vítima de posição. "Então, você puxa o cadáver, bota ele numa posição mais favorável à realização da perícia, e é feita a complementação da perícia", disse Ribeiro.

O último PM, dos 9 que participaram do tiroteio no Pavão-Pavãozinho, foi ouvido nesta sexta. De acordo com o delegado, não houve contradição em relação aos outros depoimentos. “Eles afirmam que participaram de um enfrentamento e que efetuaram disparos. Alguns nem disparar dispararam, mas é importante a gente conseguir determinar em que momento esse disparo foi efetuado e atingiu o Douglas”, destacou Ribeiro.

De acordo com o laudo do exame de corpo de delito, a bala atingiu as costas de DG, perfurou o pulmão e saiu pelo braço direito. Ribeiro explicou porque, no primeiro momento, a perícia informou que não havia perfuração no corpo do dançarino.

"Eu continuo afirmando que não se pode atribuir erro, porque os laudos periciais eles se complementam. O objetivo da perícia de local não é exclusivamente apontar a causa da morte. Quem vai apontar a causa da morte é a necrópsia. A perícia de local vai procurar informar uma eventual dinâmica dentro daquele local onde o corpo foi encontrado", disse o delegado.

O laudo do IML também indica que DG tinha várias escoriações, no rosto, joelhos, cotovelos, punhos e no tórax. "Aquela situação de tortura, espancamento, a gente não consegue afirmar no primeiro momento", explicou Ribeiro.

Após analisar o laudo da necropsia, o legista Levi Monteiro comentou sobre as hipóteses de Douglas ter sido torturado. "As escoriações na face, nariz, região frontal, na face direita, eu vejo como plenamente explicáveis pela queda dele no muro no momento que foi atingido. Não vejo ali possibilidade de espancamento", afirmou.

O delegado comentou ainda a acusação da mãe do dançarino, Maria de Fátima Silva, sobre o local do crime ter sido lavado. Segundo ela, os documentos de Douglas estavam molhados. "A gente não sabe o local de onde ele saltou. Se o local era molhado quando ele estava lá. A gente não sabe se ele se urinou. Mas aparentemente ele não estava com as roupas molhadas nem cabelo molhado. Agora eu posso dizer que o local não foi lavado, os vestígios estão todos ali visíveis, pra quem quiser ver", afirmou.

G1

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