17 dezembro 2014

Homem acusado de matar filho do RN no Rio por ser 'afeminado' vai a júri popular



A Justiça do Rio determinou que Alexandre Andre Moraes Soeiro, acusado de matar o próprio filho de 8 anos em fevereiro deste ano, vá a júri popular. Segundo o Tribunal

de Justiça do Rio nesta quarta-feira (16), a decisão foi do juiz titular da 1ª Vara Criminal da Capital, Fábio Montenegro. Na ocasião do crime, o depoimento do réu e as declarações das autoridades policiais davam conta de que o crime foi cometido porque o menino teria um comportamento desobediente. No entanto, na recente decisão do TJ-RJ, o juiz frisou que as agressões contra o menor eram frequentes e ocorriam porque o pai dizia que o filho tinha um jeito "afeminado". 

A decisão foi antecipada pela coluna do Ancelmo Gois, no jornal O Globo. "Ocorre que o denunciado, entendendo ser o menino 'afeminado', porque brincava de dançar e andava por vezes 'rebolando', passou a espancá-lo frequentemente, com o intuito de 'ensiná-lo a ser um homem', sendo esta a motivação para a prática do crime", destacou o juiz na decisão.


A vulnerabilidade do menor, que, segundo denúncia do Ministério Público, também apresentava sinais de desnutrição, foi levada em conta para que Alex seguisse preso preventivamente.
"Em virtude dos reiterados espancamentos sofridos pela vítima, esta passou a se retrair diante do pavor que sentia, não reagindo aos constantes espancamentos do denunciado. Restando comprovados os fatos descritos na denúncia, assim como os indícios de autoria, impõe-se submeter o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, pois cabe a este Colegiado a análise das provas e a decisão quanto aos crimes dolosos contra vida", decidiu.

'Monstro de Bangu'

A vítima, cujo nome lembra o do pai, era natural de Natal, no Rio Grande do Norte. Alex Medeiros de Moraes, segundo denúncia do Ministério Público, foi morar com o Alexandre e a esposa dele na Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade, onde viveu seus últimos sete meses de vida. Na época do crime, o motivo da prisão aparentava certa inconsistência - à autoridade policial, o suspeito alegou que o garoto se recusou a cortar o cabelo para ir ao colégio e, por isso, foi agredido.

G1

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