27 março 2015

Após ser atropelada em Taiobeiras, cadela ganha 'cadeira de rodas'


Minie com a cadeira feita de PVC (Foto: S.O.S Mãos & Patas)

Após ser atropelada na Avenida São João, no Centro de Taiobeiras (MG), a cadela Minie ficou paraplégica. O caso chegou até a ONG S.O.S Mãos & Patas, que mobilizou a população da cidade para procurar pela cachorrinha, que foi encontrada em um matagal com as patas quebradas e vários ferimentos, já que precisa se arrastar para conseguir se locomover. Um mês após o acidente, ela conseguiu voltar a andar, graças a uma cadeira de rodas adaptada, feita com tubos de PVC.

O médico veterinário Leonardo Lanna é voluntário na ONG e foi o primeiro a atender Minie. Ele explica que a cadela tinha uma lesão na medula, o que costuma causar paralisia nas patas. No caso dela, as de trás foram afetadas e, para que voltasse a se locomover, a solução seria uma cadeira de rodas.

“Quando o animal não responde ao tratamento cirúrgico, sugiro esta alternativa [cadeira de rodas], para que ele não fique se arrastando e sofra com lesões. Assim, o bicho pode voltar a ter bem estar. Mas mesmo com a possibilidade de uma vida normal, há alguns donos que optam pela eutanásia, solução que não aconselho”, diz o veterinário.

Leonardo Lanna também destaca que os cachorros se adaptam bem à cadeira. E ainda afirma que, inicialmente, os animais precisam usá-la por períodos curtos, até se acostumarem.

“Ao optar por um suporte deste tipo, os donos dos bichos precisam saber que ele é feito sob medida, com base nas dimensões de cada cachorro. Além disso, os que são de raças de maior porte podem demorar mais tempo até se acostumarem”, ressalta.

Cadeiras são feitas por engenheiro
A cadeira de PVC foi feita em Montes Claros (MG), pelo engenheiro eletricista Renato Dias Ataíde. A filha dele, que também é veterinária e tem especialização na reabilitação de animais, atendeu a Minie e contou o caso para o pai.

“Comecei a fazer as cadeiras há dois anos, já fiz umas 30. Pesquisei na internet e resolvi colocar em prática depois que a minha filha atendeu a outra cadela, que também não iria conseguir mais andar. Quando terminei e coloquei a cadeirinha nela, a cachorrinha começou a correr e a dona olhava e só conseguia chorar. É uma satisfação e tanto, que recompensa o trabalho”, fala.

Renato Dias utiliza o tempo vago, geralmente depois do almoço e à noite, para fazer as cadeiras. Ele explica que enquanto uma de alumínio chega a custar R$ 900, as feitas por ele saem a R$ 100, praticamente o custo do material. Segundo ele, para a confecção, o primeiro passo é analisar as medidas e a raça do cão.

G1 Grande Minas

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