Um vídeo cedido aoportal G1, com imagens gravadas na manhã desta quinta-feira (19), mostra momentos de atuação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e de homens da Força Nacional após o controle ser retomado na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade prisional potiguar. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, na Grande Natal. A série de rebeliões em unidades prisionais do estado durou oito dias e terminou nesta quarta-feira (18). Uma negociação entre os presos, Justiça, Ministério Público e Comissão de Direitos Humanos, foi anunciada como o fim dos motins e ataques que geraram uma crise no sistema penitenciário.
Imagens mostram presos dominados na Penitenciária Estadual de Alcaçuz. (Foto: Cedida/G1)
Na manhã desta quinta-feira (19), policiais militares do Rio Grande do Norte e da Força Nacional entraram em Alcaçuz para a realização de uma vistoria. O objetivo e garantir que não há mais barras de ferro ou armas improvisadas em poder dos detentos. O resultado das buscas ainda não foi divulgado.
As imagens também mostram os estragos nos quatro pavilhões de Alcaçuz. Grades foram arrancadas e partes de paredes foram derrubadas. "As celas estão inabitáveis", afirmou Leonardo Freire, coordenador da Administração Penitenciária (Coape). "Tudo de irregular está sendo retirado. Ao mesmo tempo, estamos analisando a possibilidade de algumas transferências para que possamos começar a reconstrução", acrescentou. A Coape é responsável pela reconstrução, transferências e a administração do local.
Onda de rebeliões
A onda de rebeliões no sistema penitenciário potiguar começou na última quarta-feira (11) e atingiu 14 das 33 unidades prisionais do estado. A crise no sistema prisional do estado levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania, Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional. Segundo o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
Na Zona Norte de Natal, quatro unidades registraram rebeliões: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Motins também aconteceram em unidades do interior do estado (Foto: Divulgação/PM-RN)
Também aconteceram revoltas no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; no Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, também em Nísia Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), em Parnamirim.
No interior foram registrados motins na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró; na Cadeia Pública de Mossoró; no Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, na região Agreste; na Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó; na Cadeia Pública de Caraúbas; e na Cadeia Pública de Nova Cruz.
Além de unidades prisionais, a onda de rebeliões atingiu o Centro Educacional (Ceduc) de Caicó, na região Seridó. De acordo com a PM, 25 menores infratores mantiveram quatro educadores reféns na noite desta terça (17). A PM invadiu o local e libertou as vítimas na manhã desta quarta (18).
Ônibus da linha 39 na cidade de Natal foi incendiado na Avenida Hermes da
(Alex Regis/Tribuna do Norte/Estadão Conteúdo)
Ataques a ônibus
Quatro ônibus foram incendiados na noite da segunda-feira (16) na capital potiguar. A Secretaria de Segurança acredita que a ordem para os ataques partiu de dentro dos presídios. De acordo com os policiais militares, criminosos ordenaram que funcionários e passageiros deixassem os veículos e atearam fogo nos ônibus.
A cena se repetiu no bairro Petrópolis, na Zona Leste; no conjunto Vale Dourado, na Zona Norte; no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante, na região Metropolitana; e em Parnamirim, também na Grande Natal. Durante a noite, um carro da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi incendiado dentro de uma oficina na avenida Amintas Barros, no bairro do Bom Pastor, na Zona Oeste de Natal.
Informações, Vídeo e Foto: G1rn
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