Rio de Janeiro - Manifestantes protestam na praia de Copacabana, na manhã de hoje (4), a favor da Lava Jato e do juíz Sergio MoroTomaz Silva/Agência Brasil
Os protestos que ocorreram neste domingo (4) contra a corrupção e em defesa da Operação Lava Jato levaram pelo centenas de milhares de pessoas à orla da zona sul do Rio de Janeiro. A Polícia Militar e o Exército não divulgaram informações oficiais. Os organizadores do evento calcularam cerca de 600 mil pessoas.
A aglomeração teve início por volta das 10h desta manhã na Avenida Atlântica, em Copacabana, entre as ruas Xavier da Silveira e Bolívar, na altura do Posto 5, mas rapidamente tomou diversas outras ruas, pelas pistas e calçadões da orla, com muita gente portando faixas, cartazes e vestindo as cores verde e amarela da bandeira brasileira.
Com palavras de ordem e gritos de protestos, os manifestantes atacavam, principalmente, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia e do Senado, Renan Calheiros. Seguindo a iniciativa de Maia, Renan também tentou aprovar requerimento de urgência para o Senado votar o projeto com as alterações propostas pela Câmara ao projeto de lei de autoria popular com 2,5 milhões de assinaturas com dez medidas de combate à corrupção.
O protesto na cidade atendeu a convocação dos Movimentos Vem Pra Rua (VPR) e Brasil Livre (MBL), da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) e da Associação do Ministério Público do Estado (Amperj). Na avaliação dessas entidades, “a manifestação é uma oportunidade para que todos se juntem contra a responsabilização criminal de juízes e membros do Ministério Público”.
Para Adriana Balthazar, do Movimento Vem pra Rua, os congressistas ainda não perceberam que o povo acordou e que o Brasil já não é mais o mesmo. “Os congressistas estão se esquecendo que, em 2015 a 1016, a população saiu às ruas por sete vezes com pautas diferentes, mas tendo sempre uma em comum: o apoio à Lava Jato e contra a corrupção”, disse. “A gente esclareceu para a população o que eram as dez medidas contra a corrupção, e eles vem na calada da noite e mudam o projeto. Não para melhorar, para aperfeiçoar, mas maldosamente em benefício próprio.”
Para ela, a atuação iniciada na Câmara dos Deputados culminou com a tentativa do presidente do Senado de tentar empurrar um processo de abuso de autoridade que está engavetado desde 2007. “Esse desrespeito da Câmara para com os 2,5 milhões de brasileiros que assinaram a inciativa foi um tapa na cara e as mudanças foram feitas para salvar a própria pele deles mesmos, mas não sairemos das ruas até que isto mude”, enfatizou.
Via: Nielmar de Oliveira – Repórter da Agência Brasil
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