Projetos para a área incluem a implantação de um sistema de videomonitoramento com o uso de drones nas 50 torres de segurança previstas no Plano Municipal de Proteção Urbana
Agência Brasil/Imagem ilustrativa
Diário do Nordeste
De acordo com o “Mapa da Violência 2016: Homicídio por Arma de Fogo no Brasil”, a Capital cearense ocupa o primeiro lugar no ranking das capitais com os maiores índices de morte em 2014, com taxa de homicídios por arma de fogo de 81,5 para cada 100 mil habitantes. Para o Plano Plurianual 2018-2021, “a despeito da existência de casos de caráter punitivo para indivíduos, grupos e organizações que praticam crimes ou causam desordem pública, a segurança cidadã assenta-se numa agenda de controle dos fatores de risco e dos fatores de proteção, visando à redução dos primeiros e ampliação dos segundos”.
Os projetos para a área incluem a implantação de um sistema de videomonitoramento com o uso de drones – nas 50 torres de segurança previstas no Plano Municipal de Proteção Urbana, cujas obras foram iniciadas nos bairros Planalto das Goiabeiras e Jangurussu – e a integração de câmeras de vigilância privada com as câmeras de Segurança Pública.
No entanto, para o mestre em Sociologia Marcelo Ribeiro, o que deve ser levado em consideração é a forma como o videmonitoramento será colocado em prática, em consonância com outros serviços e setores da Segurança. “Ele por si só não resolve, sem um efetivo policial, sem um Setor de Inteligência, sem uma rede de comunicação entre as polícias. Sem essa rede articulada, a implementação de câmeras não conseguiria atingir sua plenitude no combate à criminalidade”, explica.
Além dessas ferramentas, o PPA prevê a capacitação em mediação de conflitos de servidores públicos e a expansão de grupos de fomento da cultura de paz. Os objetivos? Reduzir as taxas de homicídios por 100 mil habitantes de 38,58, mensurada em 2016, para 34,73 em 2021, e a de homicídios de adolescentes em 17 territórios vulneráveis, de 44% para 10%; atingir 94% de resolutividade das ocorrências atendidas pela Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) e instalar células de proteção urbana em 42% dos bairros da Capital.
“A fim de garantir maior segurança e conforto à população”, o Plano também prevê a substituição de todos os pontos de luz amarela de Fortaleza por outros com luz branca, vapor metálico ou LED. Hoje, são 195.260 pontos de luz, dos quais 54.672 ainda estão como luz amarela.
Segundo o raio-X do PPA, problemas como “a potencialização de tensões sociais, áreas de grande vulnerabilidade e exclusão social”, além do aumento da violência, têm em sua raiz uma velha conhecida: a concentração de renda. Os dez bairros mais ricos de Fortaleza, onde moram 7% da população da cidade, detêm renda pessoal de 26% de Fortaleza. O mesmo percentual é atingido pela junção dos 44 bairros de menor renda da Capital.