17 outubro 2018

Polícia Civil realiza investigação sobre linchamentos registrados.

Corporação apura duas mortes por espancamento ocorridas nas zonas Oeste e Leste da capital potiguar; uma terceira tentativa de linchamento foi registrada em Parnamirim.

José Aldenir / Agora RN Arlindo Pereira do Nascimento Neto, de 38 anos, foi morto no bairro da Ribeira

A Divisão Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil (DHPP) deu início às investigações para apurar os fatos de dois linchamentos ocorridos na última semana. Um terceiro caso de agressão por populares também está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Parnamirim.

O primeiro caso foi registrado no bairro da Ribeira, na última quinta-feira, 11. Arlindo Pereira do Nascimento Neto, de 38 anos, tentou assaltar um ônibus e acabou capturado pela população, que o espancou até a morte.

O segundo caso aconteceu no dia seguinte, na sexta-feira, 12. Mateus Miranda do Nascimento, de 18 anos, realizava manobras com uma moto, quando perdeu o controle e atropelou uma criança de um ano e meio. Populares também o agrediram até a morte. O menor também acabou morrendo no local.

O terceiro caso aconteceu na Avenida Maria Lacerda, em Nova Parnamirim, no último sábado, 13. Um homem suspeito de tentativa de estupro foi agredido pelos populares. A polícia, entretanto, chegou a tempo ao local e encaminhou o homem para uma unidade hospitalar.

A Polícia Civil informou em nota que, para o prosseguimento das investigações, o crime registrado no bairro de Nazaré terá condução da delegada Andreia Oliveira, e a ocorrência no bairro da Ribeira será conduzida pelo delegado Matheus Trindade, ambos da DHPP. As agressões ao suspeito de estupro estão sendo conduzidas pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Parnamirim.

O criminólogo e especialista em segurança pública Ivênio Hermes declarou que esse senso de justiça por parte da população surge da falta de punição. “O linchamento é fruto direto da ausência do Estado em punir e coibir o crime ou não sendo célere nessa ação, levando o cidadão a se sentir abandonado por aqueles que deveriam lhe proporcionar a segurança, e despertando nele o senso de justiça que não percebe no Estado”, explicou.

A socióloga Zeneide Bosco explicou que estamos vivenciando níveis elevados de intolerância e que discursos de ódio estão sendo mais tolerados. “As pessoas não veem mais o Estado enquanto provedor de segurança e tentam fazer justiça com as próprias mãos, tanto que facilmente se proliferaram discursos de ódio pelo País. Neste caso, foram pessoas que, de alguma forma, cometeram um crime, o que causa indignação na sociedade”, finalizou. Informações Agora RN

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