Fazendeiro amigo íntimo de Lula há 25 anos rompeu com o condenado em liberdade e prontificou-se a colaborar com a Lava-Jato
SANTO ANDRÉ – 13. Daqui a 13 dias o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel completará 18 anos sem respostas. Um crime que assombra o PT e evidencia o quão ineficiente as investigações têm sido conduzidas até hoje. Isso porque, das testemunhas que de alguma forma eram ligadas ao caso foram mortas. Relembre:
Não é preciso ser nenhum investigador experiente como Hercule Poirot – famoso detetive dos romances policiais de Agatha Christie – para perceber que há algo muito nebuloso neste caso. Caso este que, embora chocante pela crueldade, tenta confundir-se com uma história de ficção da romancista inglesa, dado as evidências que apontam para um crime político e é ignorado pelas autoridades.
(Os áudios ‘cabulosos” do PT)
Caso Celso Daniel e os áudios obscuros dos integrantes do PT
No entanto, e dado a genialidade de Agatha, a inglesa jamais seria tão imprudente a ponto de elaborar uma trama tão rasa como esta, pois ela fora muito mais enigmática e não deixara nem por um momento que o leitor desconfiasse o autor dos assassinatos. E também não permitiria nenhum suposto spoiler (verossímil), como o relatado por Marcos Valério:
No caso de Celso Daniel, a vida não imita a arte, isto porque nos livros de Agatha Christie, o detetive Poirot sempre encontrara o autor dos assassinatos. No caso do ex-prefeito, não! O mandante ainda não fora descoberto.
Marcio Colombo: Força e coragem para mudar Santo André
E eis que surge uma nova testemunha – que deve ser muito bem protegida, haja vista o histórico de mortes que rondam aqueles que se envolvem no caso: Valter Sâmara, um fazendeiro rico e influente de Ponta Grossa, no Paraná. Sâmara foi amigo íntimo de Lula durante 25 anos e chegou a bancar muitas despesas do petista — inclusive as de uma amante de Lula.
continua após a publicidade
Segundo reportagem da revista Crusoé, através do trabalho brilhante do repórter Fábio Leite, Sâmara rompeu relações com o condenado em liberdade e está decidido a colaborar com a Lava Jato.
Como todos sabem, a polícia concluiu que se tratava de um crime comum, mas o ex-amigo de Lula, assim como a família de Celso Daniel, contesta essa versão. À Crusoé, ele conta que, ainda em 2002, três meses depois do assassinato de Celso Daniel, recebeu uma fita cassete com a gravação de uma conversa entre Gilberto Carvalho, braço direito de Lula, e Miriam Belchior, ex-mulher de Celso Daniel. Ambos trabalhavam na prefeitura na gestão de Celso.
Colombo esteve no gabinete da deputada estadual Janaína Paschoal para falar sobre medidas no combate à corrupção
O conteúdo da gravação, segundo o relato de Sâmara, é intrigante.
continua após a publicidade
O ex-amigo de Lula contou o que ouviu na fita cassete – que teria sido entregue ao próprio Lula. Mas a história não termina aí.
Em 2018, 16 anos após o assassinato de Celso Daniel, um grupo armado invadiu o imóvel onde mora a irmã de Valter Sâmara, em Ponta Grossa. A época, o ex-amigo de Lula estava disposto a colaborar com as investigações, mas este episódio o fez recuar, dado a intimidação que sofrera. Assim narra a reportagem da Crusoé:
“Passava das cinco horas da tarde quando dois homens, um deles de boina e bengala, desceram de um Spacefox preto em frente a uma loja de roupas de grife em um bairro residencial de Ponta Grossa, no interior do Paraná. Era quinta-feira, 26 de abril de 2018, e a rua estava calma, como de costume. Armada, a dupla rendeu duas pessoas logo na entrada e anunciou o assalto. Outros dois comparsas chegaram em seguida para invadir a casa que fica nos fundos do mesmo imóvel, fazendo 11 reféns, entre eles uma idosa e uma criança. Mas em vez de dinheiro e objetos de valor, os bandidos queriam “os documentos do PT”. As vítimas foram amarradas, amordaçadas e agredidas, enquanto parte da quadrilha quebrava as paredes atrás de um cofre onde o material poderia estar escondido. Após mais de uma hora de terror e destruição, o bando não achou nada e fugiu, levando apenas carteiras, celulares e algumas peças da loja. Apesar da explícita conotação política, a Polícia Civil do estado conclui que tratava-se de um crime comum, contra o patrimônio, sem indiciar ou prender ninguém”.
continua após a publicidade
O crime foi registrado em boletim de ocorrência, também exibido na reportagem da revista:
Com a soltura de Lula, Sâmara encorajou-se a contar tudo que sabe
2020 começou com um novo capítulo do episódio Celso Daniel. Seria este o ano em que finalmente teremos revelado o nome do mandante do assassinato que assombra o PT há quase 20 anos? Em breve mais informações sobre o caso.
(fonte: Crusoé via: MBL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário