Fotos: Samuel Bruno
Uma realidade antiga, preocupante e que chegou ao limite. A Casa de Detenção de Natal, mais conhecida por Presídio Provisório Raimundo Nonato, está hoje sem qualquer controle e os presos resolveram mandar no local. Com cerca de 400 detentos divididos em duas alas e 20 celas, a unidade prisional vive momentos de tensão e a iminência real de fugas.
Após uma paralisação dos agentes penitenciários realizada na semana passada, os presos revoltados com a proibição da entrada de alimentos trazidos pelos familiares, resolveram promover um verdadeiro quebra-quebra no interior do presídio.
As grades, cadeados e paredes foram destruídos em uma ação que durou apenas algumas horas. Todos os presos que normalmente permaneciam nas celas durante a maior parte do tempo agora estão soltos e usando todas as dependências do presídio.
De acordo com Moisés de Brito, diretor do Sindasp-RN, o clima é de total insegurança. São apenas sete agentes penitenciários, a maioria desarmada, e nove policiais militares para garantirem a ordem e evitar que os presos fujam. “Não há condições nenhuma de entrarmos. Seria um risco muito alto para qualquer um de nós. A nossa preocupação é de os presos estarem usando o tempo sem revista para cava túneis”, informou.
Ainda segundo Moisés, devido ao pequeno número de agentes fica quase impossível impedir a entrada de produtos como: drogas e celulares. Muitos dos detentos são flagrados fazendo o uso das duas coisas. Na noite de ontem, policiais do Batalhão de Choque estiveram na unidade com a finalidade de fazer uma varredura na parte externa do presídio na tentativa de abortar qualquer ação de fuga, mas nada foi encontrado.
Os policiais militares que fazem parte da CIPGD (Companhia de guarda dos presídios) também estão preocupados com a situação. O presidente da associação de cabos e soldados, Roberto Campos, disse a reportagem do Portal BO que sente o Comando Geral sem interesse de resolver questões inerentes aos PMs e que outros problemas também são preocupantes e nada foi feito nos últimos anos.
“Nós temos policiais trabalhando na escuridão em uma guarita insegura, sem coletes e com uma alimentação de péssima qualidade. É um absurdo o que o governo está fazendo com o profissional de segurança pública”, declarou.
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