12 outubro 2019

Presidente do Equador decreta a militarização e o toque de recolher em Quito



As notícias chegaram ao meio-dia deste sábado no pior momento dos protestos, em uma Quito paralisada e em meio a violentos confrontos entre manifestantes e forças de segurança. A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que há dez dias lidera as mobilizações contra os ajustes econômicos do Governo, abriu o diálogo com o presidente Lenín Moreno. Ante as cenas de caos vividas na capital do Equador, onde alguns grupos invadiram a sede da Controladoria, o presidente decretou o toque de recolher e a militarização do distrito metropolitano para facilitar "a ação da força pública contra excessos intoleráveis de violência".

Se existe um símbolo que acompanha o descontrole das manifestações dos últimos dias no país é a fumaça. O gás lacrimogêneo lançado pela polícia invade grandes áreas de Quito, enquanto os manifestantes antecipam sua presença com grandes incêndios. Neste sábado a oposição ao aumento do preço dos combustíveis, incluído no decreto 883, baixado na semana passada pelo Executivo, deixou a via do protesto. Houve episódios de violência e várias organizações internacionais denunciaram o uso excessivo da força pelos agentes da segurança. No entanto, a situação acabou se precipitando. Grupos encapuzados queimaram e saquearam o prédio da Controladoria, perto da Assembleia Nacional.

Tudo isso aconteceu enquanto a principal organização indígena anunciava em comunicado que está aberta a uma negociação com o presidente. "Após um processo de consulta às comunidades, organizações, povos, nacionalidades e organizações sociais, decidimos participar do diálogo direto com Lenín [Moreno] sobre a revogação ou revisão do decreto 883", afirmou o movimento em sua página nas redes sociais. Jaime Vargas, presidente da Conaie, ainda não confirmou esta notícia. Ao mesmo tempo, o prefeito de Quito, Jorge Yunda, confirmou que o Governo decidiu modificar os ajustes, conhecidos como paquetazo, solicitados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que em fevereiro acertou com Moreno um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares (17,2 bilhões de reais) ao país.

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