14 dezembro 2019

Eleições no Reino Unido tornam o mundo ainda mais conservador

Não há por que duvidar que os britânicos sairão definitivamente da União Europeia em 31 de janeiro do ano que vem, como anunciou Boris Johnson

Boris Johnson pode dizer que a novela do Brexit chegou ao fimToby Melville/Reuters

Uma vitória arrebatadora. Na crista da onda conservadora que engole o globo e escoa pela terra plana, Boris Johnson levou o Partido Conservador ao maior triunfo eleitoral desde os anos 80, na era Thatcher.

Assim, o Reino Unido sairá definitivamente da União Europeia em 31 de janeiro do ano que vem, anunciou o premiê britânico, e o país recuperará "o controle sobre nossas leis e nossas fronteiras”. Não há por que duvidar.

O discurso patriótico precisou ecoar entre os trabalhistas para que o massacre nas urnas se consumasse. Nesse sentido, ajudou o cansaço da maioria absoluta dos eleitores com as idas e vindas que adiavam (de forma patética) a saída dos britânicos do bloco europeu.

As urnas também consagraram a Escócia como único polo de resistência ao massacre conservador. Lá, venceu o partido que defende um segundo plebiscito sobre a independência do país e permanência na UE. Johnson garante que esse discurso separatista não será “tolerado”. Alguma emoção à vista, pelo menos.

Os conservadores em breve formarão um novo governo, já com as bênçãos da rainha – e as manifestações contrárias de Alemanha e França. Por mais que essa conversa política e econômica não seja para o nosso bico, a configuração do mapa mundial nos diz respeito: e ele mudou.

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