Ao enviar ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira 22 uma nova leva de mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, a defesa do ex-presidente Lula afirma que a operação tinha uma “obsessão” pelo petista.
Segundo os advogados, a força-tarefa de Curitiba, sob o comando de Deltan Dallagnol, sabia que não havia provas contra Lula e, por isso, buscava “o tempo todo narrativas ‘alternativas’.” Um dos diálogos apresentados ao STF foi mantido em 23 de setembro de 2016, nove dias depois de a Lava Jato denunciar o ex-presidente no caso do triplex do Guarujá (SP).
Disse Dallagnol no grupo dos procuradores no aplicativo Telegram: “Não sei se pararam pra pensar, mas uma hipótese alternativa à de lula ser o comandante seria o esquema continuar por meio dos sucessores de JD.”
Questionado por procuradores sobre sua motivação, Dallagnol respondeu: “Estou querendo é testar hipóteses para fortalecer aprincipal.”
Obs: O portal CartaCapital manteve eventuais erros gramaticais e abreviações presentes nas mensagens originais. Clik aqui.
O fato de Dallagnol considerar importante articular uma “hipótese alternativa à de Lula ser o comandante” é visto pela defesa como um indício da fragilidade material da investigação. Isso porque, na famosa apresentação em PowerPoint no dia 14 de setembro de 2016, o procurador-chefe em Curitiba classificou Lula como o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato”.
Para reforçar o desejo da Lava Jato de prender o petista, a defesa indicou outra conversa, esta registrada em 15 de julho de 2016, cerca de quatro meses antes da apresentação da denúncia no caso do triplex.
“Deixe essa burocracia chata que não serve pra nada e vem pra cá Vc tb January. Venha prender o Lula”, disse Dallagnol ao procurador Januário Paludo.
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