11 dezembro 2019

Vale a pena fazer rodízio dos pneus? Tem montadora que não recomenda



Pneus em geral costumam apresentar desgaste maior no eixo de tração; rodízio compensa essa diferença, mas nem sempre é recomendado Monalisa Lins/BOL

O rodízio é uma forma de proporcionar o desgaste uniforme dos pneus, além de ajudar a compensar falhas durante sua vida útil, como falta de calibragem, alinhamento e balanceamento adequados.

No entanto, fazer o rodízio dos pneus não é unanimidade. Algumas montadoras não trazem menção à prática no manual do veículo, por exemplo.

Alessandro Rubio, membro da Comissão Técnica de Segurança Veicular da SAE Brasil, explica que existem marcas não recomendam o rodízio para determinado modelo por conta das suas características, especialmente os esportivos.

"Existem carros, por exemplo, cujas rodas traseiras têm medidas diferentes das dianteiras. Podem ser mais largas e até apresentarem diâmetro maior, inviabilizando o rodízio", explica. "Outras tiraram essa orientação por não considerarem a prática muito vantajosa".

Segundo a DPaschoal, o rodízio de pneus simétricos e assimétricos (1) deve ser feito de forma cruzada; em pneus direcionais (2), com sentido único de rodagem, a troca é feita do mesmo ladoImagem: Divulgação

Apesar de haver exceções, o especialista concorda que trocar os pneus dianteiros pelos traseiros, em determinados intervalos de quilometragem, contribui para maior segurança dos ocupantes e pode prolongar a durabilidade do conjunto.

"A maioria dos automóveis traz motor dianteiro e tração igualmente dianteira. Com isso, os pneus da frente suportam mais peso. Como a tração está no eixo frontal e os freios dianteiros são os principais responsáveis por brecar o veículo, naturalmente os pneus desse eixo tendem a se deteriorar de forma mais rápida", esclarece. O rodízio serve para compensar essa diferença.

Já em veículos com tração traseira ou 4x4, a recomendação da DPaschoal é fazer o rodizio em "X" em pneus simétricos e assimétricos (1); pneus direcionais (2) pedem rodízio convencional

O mesmo vale para veículos com tração traseira: neles, os pneus de trás, em geral, duram menos tempo. Porém, alerta Rubio, o ideal é fazer o rodízio nos intervalos recomendados pelo fabricante do pneu ou pela montadora, se essa informação estiver no manual do carro, antes que a redução na altura da banda de rodagem já estiver acentuada.

Esses intervalos em geral variam de 5.000 km a 10.000 km, ou a cada revisão, e devem ser respeitados desde quando os pneus ainda estão novos. Vale lembrar que o prazo pode variar de acordo com o estilo de condução e com as condições das vias nas quais você costuma rodar, informa o engenheiro da SAE Brasil.

"Se a rodagem for severa, ou seja, estradas sinuosas ou de pavimentação ruim, essa verificação deve ser feita com mais frequência".

Dois fatores determinam quando chegou a hora de trocar os quatro pneus ou apenas o par dianteiro ou o traseiro, destaca Rubio. Pode ser a validade, que é informada na lateral do pneu e costuma ser de cinco anos, ou a própria altura da banda de rodagem. Entre os sulcos, todo o pneu tem uma saliência transversal conhecida pela sigla TWI (Tread Wear Indicador ou indicador de desgaste da banda de rodagem).

Evite trocar apenas um pneu

Se a superfície da banda estiver no mesmo nível desse indicador, é chegada a hora de trocar o par ou os quatro pneus. "Nunca substitua apenas um pneu. Troque o conjunto ou o par de cada eixo, de preferência utilizando unidades da mesma marca recomendada pela montadora. Mais importante, mantendo as medidas e as especificações de carga e de velocidade máxima. Todas essas informações são grafadas na lateral do pneu".

Outra dica importante, seja ao substituir por unidades novas, seja no rodízio propriamente dito, é refazer em seguida o rodízio e o balanceamento. Além disso, pontua Rubio, é fundamental atentar para instalar os pneus virados para o lado correto. "O lado interno e o lado externo são grafados, da mesma forma que as demais informações, na lateral de cada pneu".

Outra recomendação importante: em caso de troca do par, coloque o mais novo sempre no eixo traseiro. Rubio explica que isso aumenta a segurança, pois as rodas da frente são responsáveis por direcionar o veículo e as traseiras, em carros convencionais, não esterçam. "É melhor manter os pneus em melhor estado no eixo que você não pode controlar", recomenda.
E o estepe?

A maioria dos esquemas de rodízio divulgados pelas montadoras e também por fabricantes de pneus e empresas especializadas prevê incluir o estepe. Na avaliação de Alessandro Rubio, a prática é válida, porém deve ser feita corretamente.

"O ideal seria a compra de uma unidade, de mesma marca e medida do estepe. Esses dois pneus devem ser montados na traseira do veículo. Mas vale ressaltar que o pneu da dianteira que será montado no estepe deve ter sulco dentro do limite de segurança e estar dentro da validade e, claro, em condições boas de rodagem para uma situação de emergência".

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