
Quase cinco anos após a morte da jovem Zaira Dantas Silveira Cruz, de 22 anos, a Justiça do Rio Grande do Norte inicia nesta segunda-feira (2) o julgamento do principal acusado pelo crime: o policial militar Pedro Inácio Araújo. A sessão do Tribunal do Júri será realizada no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, a partir das 8h, e terá acesso restrito a familiares da vítima e do réu, em razão do segredo de justiça que cerca o caso.
Zaira foi encontrada morta em um carro no município de Caicó, em 2 de março de 2019, durante o período de Carnaval. A investigação apontou que ela foi vítima de estupro e homicídio. O caso teve forte repercussão na região Seridó e, por isso, o julgamento foi transferido de Caicó para a capital, após pedido da defesa de Pedro Inácio, que alegou dúvidas sobre a imparcialidade do júri local.
O processo, que reúne mais de 7 mil páginas, deverá ouvir 22 depoimentos ao longo da semana. A expectativa é que o julgamento se estenda até a próxima sexta-feira (6). Por decisão da 2ª Vara Criminal de Natal, nem mesmo profissionais da imprensa — incluindo da Secretaria de Comunicação do TJRN — poderão acompanhar a sessão, como forma de preservar a dignidade da vítima e garantir a segurança de todos os envolvidos.
Estarão presentes apenas seis pessoas além do réu, dos servidores e dos depoentes: os pais e a irmã de Zaira, uma psicóloga do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Letal e Intencional (NAVV) do Ministério Público do RN, a mãe do réu e um acompanhante.
O julgamento é um dos mais aguardados dos últimos anos no estado e levanta novamente o debate sobre a violência contra mulheres e a celeridade da Justiça em casos de feminicídio.
*PortaldaTropical
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