Em 7 de janeiro de 2025, um avião de pequeno porte caiu em Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. O piloto e o passageiro morreram. Outras seis pessoas que estavam em solo foram feridas. Mas esse não é um caso isolado. Outros acidentes envolvendo aviões também não param de acontecer, especialmente nos Estados Unidos. Esses acidentes levantam novamente a discussão de uma questão preocupante: embora os avanços tecnológicos tenham tornado a aviação mais segura ao longo das décadas, os desafios atuais incluem novos fatores de risco. O mundo já testemunhou alguns dos acidentes aéreos mais mortais, e as regulamentações e protocolos de segurança evoluíram significativamente. Contudo, as alterações climáticas estão emergindo como uma nova e preocupante variável, aumentando os riscos associados aos voos.
No dia 9 de agosto de 2024, o Brasil foi abalado pelo acidente do voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP). Este é o acidente aéreo mais grave registrado no país desde 2007, resultando na morte de 62 pessoas (58 passageiros e 4 tripulantes). Antes da divulgação do relatório preliminar sobre as causas da tragédia, especialistas já suspeitavam que o acúmulo de gelo nas asas do avião, agravado pelas condições meteorológicas severas do dia, possa ter desempenhado um papel crucial no ocorrido.
Nos últimos anos, houve um grande aumento no número de incidentes ocorridos em voos comerciais. Mais recentemente, em 21 de maio de 2024, o voo 321 da Singapore Airlines teve uma morte e 104 feridos a bordo enquanto o avião Boeing sobrevoava Myanmar.
Muitos especialistas em aviação têm se perguntado por que esses incidentes se tornaram mais comuns, e a resposta parece ser óbvia agora: mudanças climáticas. Não apenas as viagens aéreas comerciais são responsáveis por cerca de 3,5% das mudanças climáticas causadas pelo homem, mas os próprios aviões estão sendo vítimas de seus efeitos.
À medida que a mudança climática assola o mundo, ela está levando a padrões climáticos mais severos e imprevisíveis, o que aumenta a turbulência, as tempestades e outras condições perigosas para os voos.
A cada grau Celsius de aquecimento dos ventos devido às emissões de carbono, as correntes de jato (ventos rápidos na parte superior da atmosfera entre 9 e 16 quilômetros acima da superfície) aceleram em 2%. Essas correntes fluem de oeste para leste e são formadas por diferenças de temperatura entre o ar quente e o frio, desempenhando um papel crucial no clima global. O aumento da velocidade das correntes de jato causa tempestades maiores e mais duradouras, resultando em turbulência mais severa e afetando a segurança e o conforto dos voos.
Foi comprovado que até mesmo o granizo pode causar problemas nos voos. Em junho de 2024, o nariz de um avião da Austrian Airlines foi quase destruído graças ao granizo de uma tempestade pela qual o avião passou.
Os aeroportos geralmente são construídos em áreas baixas e planas, ideais para pistas de pouso. Como resultado, eles geralmente são propensos a grandes períodos de inundação. De acordo com um estudo realizado em 2021, mais de 100 aeroportos em todo o mundo estão localizados abaixo do nível do mar.
Os voos que passam sobre ou perto de zonas de conflito também correm um risco maior de serem alvos ou de encontrarem perigos inesperados. A queda do voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia é um exemplo que destaca os perigos de voar sobre essas regiões.

Mas, embora a lista de riscos e problemas potenciais enfrentados pelas companhias aéreas pareça significativa, há uma boa notícia a ser encontrada. Os especialistas em aviação já colocaram em prática planos para reduzir os efeitos do risco de voo como resultado da mudança climática, e outras questões também estão sendo abordadas continuamente. De fato, estatisticamente falando, ainda que aconteçam infortúnios, voar ainda continua sendo uma das formas mais seguras de viajar no mundo. *MSN
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