05 junho 2018

Após visita, frei Betto conta rotina de Lula e diz que ele está animado


Durante o encontro, ex-presidente também reafirmou que não pensa em desistir de candidatura à Presidência da República.



Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, frei Betto esteve com o petista, nesta segunda-feira (4), durante pouco mais de um hora, na superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba. É lá que Lula está preso, desde o dia 7 de abril, condenado a 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá (SP).

Em artigo publicado no jornal O Globo, frei Betto afirma que encontrou o ex-presidente "muito animado, mais magro e bem penteado". "Sobretudo, bem informado. Dispõe de TV aberta, pela qual acompanha o noticiário e se entretém com filmes. Prefere a TV Aparecida, devido à programação de música sertaneja e pela qual assiste diariamente à missa das 18h", completou.

Ainda conforme o amigo, enquanto toma café da manhã, Lula lê um clipping (resumo) com notícias de jornais, blogs e agências internacionais. Também tem direito a duas horas de banho de sol por dia. 

Frei Betto descreveu a cela em que o petista passa os dias. "O recinto de 15 metros quadrados abriga a cama junto à janela, uma mesa no centro, esteira para exercícios físicos a um canto e o armário colado à divisória entre a cela e o banheiro. Na parede, uma única foto — ele com filhos, netos e bisneta", escreveu.

Ele também destacou que o ex-presidente "riu muito quando comentei que figurou como fake news — teria sofrido síndrome de abstenção alcoólica nos primeiros dias de prisão".

Já sobre o cenário eleitoral, Lula reafirmou ao amigo que não pensa em desistir de candidatura à Presidência da República nem apoiar outro candidato. “Como me retirar de uma disputa eleitoral se as pesquisas comprovam que, sozinho, tenho mais votos que a soma de todos os concorrentes?”, questionou o petista.

Frei Betto ainda falou da relação entre o ex-presidente e os agentes penitenciários que fazem a segurança dele. "Há uma relação respeitosa entre ele e os agentes penitenciários, sem, contudo, qualquer aproximação amigável. Dois deles permanecem de plantão do lado de fora da cela, e tivemos que bater na porta para que viessem abri-la para eu sair", comentou.